O Paraná é um estado brasileiro privilegiado por sua localização geográfica fronteiriça entre dois dos países participantes do Mercosul. Essa integração proporciona maior facilidade de negociação internacional, especialmente no escoamento da produção sul americana para os portos do Brasil. Trata-se de uma rota rodoviária que, nada mais é do que uma importante artéria comercial para do nosso Estado, fundamentada no desenvolvimento econômico, e que merece toda nossa atenção.
A integração econômica do Mercosul passa pelo Paraná
Muito temos lutado contra o aumento de impostos e o pedágio, que encareceu por mais de duas décadas o transporte de cargas, a partir da cobrança de altas tarifas de seus usuários. Pedágio este que está prestes a voltar, por mais trinta anos nas rodovias paranaenses. Precisamos de soluções inteligentes, inovadoras e que demonstre o bom uso do dinheiro público, investindo recursos no que de fato trará resultados positivos para toda a América Latina.
Há de se observar que, atualmente, emerge a necessidade da construção de uma nova ponte multimodal em Guaíra, na região noroeste do Paraná. Um projeto que colocaria o tráfego rodoviário viajando no nível superior da estrutura, enquanto no inferior abriria-se espaço aos transportes ferroviários, de pedestres e de ciclistas. Um compartilhamento de espaço que, além da integração com transporte marítimo, fomentaria e muito a importação e a exportação do Estado.
Desta forma, traríamos ao Paraná uma possibilidade clara de avanço econômico, multimodal, integrando ainda mais o estado ao Mato Grosso do Sul e ao Paraguai, facilitando rotas de comércio e trocas de produtos, insumos e mão-de-obra.
A rota do comércio é fundamental para o avanço da integração sul-americana e nos tornaria um atalho direto para o mar, que encara de frente a Europa. Esse projeto, ampliaria nossa eficiência logística, ampliaria possibilidades na nossa economia, com mais desenvolvimento para aquela região.
No entanto, há também de se concluir a nova Ponte da Integração, inaugurada antes da hora, entre Foz do Iguaçu e Ciudad Del Este, prometendo facilitar o transporte de cargas entre o Brasil e o Paraguai. A travessia ainda não encontra-se em uso, dada a inexistência de acessos rodoviários nas duas cabeceiras, ou qualquer atividade aduaneira instalada em ambos os lados. Uma belíssima obra da engenharia que, há dois anos, aguarda a conclusão de suas vias de acesso – ainda sem previsão, para só então, serem abertas aos usuários.
Precisamos cobrar que esta obra, de fato, seja concluída, e que possa servir a ambos países. Afinal, o avanço econômico do Paraná passa por planejamento, integração e desenvolvimento. E precisamos estar atentos aos novos desafios, assumindo um compromisso com a efetiva trafegabilidade, para favorecer a integração e ajudar no crescimento de todos os países do Mercosul.
Requião Filho é deputado estadual no Paraná e presidente da Comissão para Assuntos do Mercosul na Assembleia Legislativa do Paraná